"tudo o que te queria dizer"

Esta é uma publicação dirigida a todos os que não erram.
Não magoam, não causam dano.
Os imaculados, que tanto julgam os outros pelas suas acções.

Este é um texto dedicado a quem considera que só existe uma forma de estar na vida: 
Comigo ou contra mim!

Esta é uma mensagem aos perfeitos.
Que não perdoam, porque não caem.
Aos orgulhosos, que exibem o orgulho como se de uma grande coisa se tratasse...

Esta podia ser uma canção, um lamento, a todos os que não cantam.
Nem sequer no banho.
Não sorriem à vida.
À vida leve.
Uma canção sobre conversas que não se têm.
Porque é mais fácil imaginar as pessoas, as conversas.
É mais fácil alimentar a crueldade quando se inventam argumentos sem se ouvir ninguém.
Daria uma boa canção, de facto. Um lamento.

Esta é uma fotografia sobre os meus defeitos.
Porque nunca embandeirei a perfeição.
Sempre assumi as minhas arestas, as minhas fragilidades.
São eles que fazem a pessoa que sou. 

E sou muito grata pelas minhas imperfeições.
São elas que fazem ficar os rijos, os moles de coração.
São elas que me permitem levantar todas as 8 vezes em que caio 7.
São elas que fazem de mim uma obra inacabada.

Quantos de nós nos vemos rodeados de gente perfeita?!
Que está tão rota, tão esburacada, a precisar que, mesmo a doer, cada um de nós fique?!

Eu fico.
Mas peço (sempre!) à vida que ensine as pessoas a aprender.
Aprender a olhar o outro com o olhar e doçura da vida.
Um olhar em constante mudança.
Mutação.
A impermanência!

O olhar da imperfeição.
E do perdão.

Foto: Ana Martelo, copyright


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