She's gone
Não sei que raio me aconteceu nesta última década. Perdi-me. Acho que, no fundo, cresci.
Crescer tem esta coisa boa que se chama trabalho. E dinheiro. E carreira e aprendizagem. Mas tem sofrimento. Daquele que não é de fazer gritar e daquele que não se esquece no dia seguinte. Daquele que prepara o terreno para "tudo o que virá depois". Não sei se crescer nos dá mais que aquilo que tira. . .
Costumava ser bem diferente. Costumava ter 100 coisas diferentes a fazer ao mesmo tempo. E era bem capaz. Poderia não ser perfeita nem excelente a tudo, mas era capaz. Hoje, só me apetece afundar no sofá. Ver séries e filmes e rir-me à parva... sozinha... A solidão faz destas coisas às pessoas: torna-se um vício.
Deixei de acreditar nos meus sonhos. Deixei, acima de tudo, de acreditar que poderiam passar de sonhos. Deixei que o meu mundo os abafasse. Para que reinasse a harmonia. Mas a porcaria da harmonia não reina!! As pessoas deixam de ser "nossas", a vida deixa de ser "nossa" e o amanhã já foi ontem. E a gente cá fica. . . a lamber as feridas e a cozê-las com pontos de sapateiro.
Basicamente, quase nos 30, tenho a dizer que a vida que tenho não é em nada semelhante à que idealizei há 10 anos atrás. Até me assusta pensar nisto em voz alta, mas é mesmo verdade. . . Com isto não quero dizer que tenha uma vida má. Nada disso!! Gosto muito do meu trabalho. Adoro os meus verdadeiros amigos. Redescobri a minha família, principalmente os meus sobrinhos e, são sem sombra de dúvida, a maior paixão que tenho na vida.(O facto de serem os meus maiores amigos, com quem saio, converso e me divirto na terra que me viu crescer, diz tudo.) Afinal de contas, não tenho mesmo uma vida má. Tenho saúde, tenho bens, e já cheguei a ter o que muita gente sonha e não alcança. Mas falto-me a mim.
Faço-me falta.
"Somebody calls you, you answer quite slowly,
A girl with kaleidoscope eyes (...)
Look at the girl with the sun in her eyes, and she's gone"
(Beatles - Lucy in the sky with diamonds)
Crescer tem esta coisa boa que se chama trabalho. E dinheiro. E carreira e aprendizagem. Mas tem sofrimento. Daquele que não é de fazer gritar e daquele que não se esquece no dia seguinte. Daquele que prepara o terreno para "tudo o que virá depois". Não sei se crescer nos dá mais que aquilo que tira. . .
Costumava ser bem diferente. Costumava ter 100 coisas diferentes a fazer ao mesmo tempo. E era bem capaz. Poderia não ser perfeita nem excelente a tudo, mas era capaz. Hoje, só me apetece afundar no sofá. Ver séries e filmes e rir-me à parva... sozinha... A solidão faz destas coisas às pessoas: torna-se um vício.
Deixei de acreditar nos meus sonhos. Deixei, acima de tudo, de acreditar que poderiam passar de sonhos. Deixei que o meu mundo os abafasse. Para que reinasse a harmonia. Mas a porcaria da harmonia não reina!! As pessoas deixam de ser "nossas", a vida deixa de ser "nossa" e o amanhã já foi ontem. E a gente cá fica. . . a lamber as feridas e a cozê-las com pontos de sapateiro.
Basicamente, quase nos 30, tenho a dizer que a vida que tenho não é em nada semelhante à que idealizei há 10 anos atrás. Até me assusta pensar nisto em voz alta, mas é mesmo verdade. . . Com isto não quero dizer que tenha uma vida má. Nada disso!! Gosto muito do meu trabalho. Adoro os meus verdadeiros amigos. Redescobri a minha família, principalmente os meus sobrinhos e, são sem sombra de dúvida, a maior paixão que tenho na vida.(O facto de serem os meus maiores amigos, com quem saio, converso e me divirto na terra que me viu crescer, diz tudo.) Afinal de contas, não tenho mesmo uma vida má. Tenho saúde, tenho bens, e já cheguei a ter o que muita gente sonha e não alcança. Mas falto-me a mim.
Faço-me falta.
"Somebody calls you, you answer quite slowly,
A girl with kaleidoscope eyes (...)
Look at the girl with the sun in her eyes, and she's gone"
(Beatles - Lucy in the sky with diamonds)
Comentários
Beijinho
(Nuno Ribau)
Preocupa-me, sim, mudar de jogo.
Beijinhos* e temos que combinar um café num fim-de-semana "de Gafanha".