Pureza de espírito
Felizmente o meu trabalho tem-me levado até ao Portugal que muitos desconhecem: ao Portugal dos puros de espírito.
A maldade, a muitos locais, ainda não chegou. E se calha de lá aparecer, acaba entre as vielas apertadas e é guardada apenas na memória como "o dia em que aquele malandro quis enganar a gente". Os problemas são sempre resolvidos. Ajudam-se uns aos outros sem pensar em segundas intenções, sem queres ganhar dinheiro com o vizinho (mas também não o querem perder...).
Guardam religiosamente o domingo para ir à missa mais próxima (sim porque nestes sítios só há uma missa e nem sempre é na própria aldeia) e têm tempo para tudo... Nunca os ouvi dizer que não tinham tempo para fazer as coisas... Até parece que os relógios são diferentes...
Assim como têm o domingo, têm o dia de mercado em que aproveitam para visitar a cidade todas as semanas. Abastecem-se do necessário e ouvem histórias de coisas esquisitas que eles não conhecem como suas. O dia de mercado é uma romaria... E encontram os amigos em quem sempre confiaram toda uma vida.
Os puros de espírito são aqueles que nos abrem as portas, sem nos conhecer, e nos tratam como "gente de casa". Se lhes dizemos que vamos por bem, para eles é o que basta. Apenas a palavra de honra chega para estabelecer um pacto de confiança entre nós: os estrangeiros e os indígenos.
Quando comecei a realizar este trabalho, pensava encontrar pessoas de idade e com pouca esperança na vida e naquilo que a "malta nova" lhes podia ensinar. Pois enganei-me. Encontrei jovens que - depois de conhecerem realidades de outras cidades, de outros países - regressaram à terra e constituíram família. Dizem eles que "aqui é que são verdadeiramente felizes". Começaram a cultivar as terras dos familiares e, também com apoios subsidiários, lá se vão sustentando.
Toda a gente fala do êxodo rural mas ninguém vê estes exemplos, nem se tem procurado apoiar verdadeiramente quem quer trabalhar na agricultura. Continua a ser uma profissão de "segunda"... Toda a gente se esquece que a agricultura é uma actividade de produção primária. É a base de muitas actividades económicas.
Trabalha-se de sol a sol e mesmo assim, há tempo para um sorriso e para escancarar a porta a quem vem por bem... Queixam-se muito que o mundo se esquece deles ali entre os montes... Para cobrar todos sabem a morada e com alguma celeridade, mas para receber é só entraves. E lá vão vivendo a vida com um sorriso nos lábios. Se isto não é pureza de espírito, então não sei o que será...
A maldade, a muitos locais, ainda não chegou. E se calha de lá aparecer, acaba entre as vielas apertadas e é guardada apenas na memória como "o dia em que aquele malandro quis enganar a gente". Os problemas são sempre resolvidos. Ajudam-se uns aos outros sem pensar em segundas intenções, sem queres ganhar dinheiro com o vizinho (mas também não o querem perder...).
Guardam religiosamente o domingo para ir à missa mais próxima (sim porque nestes sítios só há uma missa e nem sempre é na própria aldeia) e têm tempo para tudo... Nunca os ouvi dizer que não tinham tempo para fazer as coisas... Até parece que os relógios são diferentes...
Assim como têm o domingo, têm o dia de mercado em que aproveitam para visitar a cidade todas as semanas. Abastecem-se do necessário e ouvem histórias de coisas esquisitas que eles não conhecem como suas. O dia de mercado é uma romaria... E encontram os amigos em quem sempre confiaram toda uma vida.
Os puros de espírito são aqueles que nos abrem as portas, sem nos conhecer, e nos tratam como "gente de casa". Se lhes dizemos que vamos por bem, para eles é o que basta. Apenas a palavra de honra chega para estabelecer um pacto de confiança entre nós: os estrangeiros e os indígenos.
Quando comecei a realizar este trabalho, pensava encontrar pessoas de idade e com pouca esperança na vida e naquilo que a "malta nova" lhes podia ensinar. Pois enganei-me. Encontrei jovens que - depois de conhecerem realidades de outras cidades, de outros países - regressaram à terra e constituíram família. Dizem eles que "aqui é que são verdadeiramente felizes". Começaram a cultivar as terras dos familiares e, também com apoios subsidiários, lá se vão sustentando.
Toda a gente fala do êxodo rural mas ninguém vê estes exemplos, nem se tem procurado apoiar verdadeiramente quem quer trabalhar na agricultura. Continua a ser uma profissão de "segunda"... Toda a gente se esquece que a agricultura é uma actividade de produção primária. É a base de muitas actividades económicas.
Trabalha-se de sol a sol e mesmo assim, há tempo para um sorriso e para escancarar a porta a quem vem por bem... Queixam-se muito que o mundo se esquece deles ali entre os montes... Para cobrar todos sabem a morada e com alguma celeridade, mas para receber é só entraves. E lá vão vivendo a vida com um sorriso nos lábios. Se isto não é pureza de espírito, então não sei o que será...
Comentários
Um beijo e continua.