O nosso tempo

"O meu tempo é diferente do teu. Embora um minuto tenha sempre 60 segundos em qualquer parte do mundo, o meu tempo é diferente do teu." Talvez pelo facto de valorizar cada dia que passa, tento que seja empregue em coisas que, à partida, valham efectivamente a pena. Não contem comigo para preencher calendário social. Gosto de estar com pessoas mas não por "ter de ser", não sempre. Prefiro uma tarde a descobrir um escritor ou um músico. Prefiro uma vida a descobrir-me. É o que tenho feito. Entendo que seja perturbadora, esta forma de ser e de estar. Entendo que o seja para quem nos rodeia. E por isso decidi escrever já que, na maior parte das vezes, falado não soa tão bem... A solidão é vital. Há pessoas que necessitam dela para viver. Até mesmo "os bichos sociais". É nela que nos encontramos. É nela que reconhecemos o nosso verdadeiro eu, aquele que resiste a tudo e a todos. O que devemos preservar e levar de nós aos outros, quando estamos em comunhão. Dito de outra forma: coloquem-se na pele de alguém que esteve longe de si mesmo durante bastante tempo. Que esqueceu como comer, como sorrir, como chorar, como dançar, como vestir. As outras pessoas ajudam, de facto, mas o "trabalho" tem que ser realizado apenas pelo "Eu". Isto, para quem quer viver em tranquilidade com a sua própria essência... Afinal de contas, cada dia que passo comigo parece que voa... Não é assim tão mau quanto parece.

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