Perda

O egoísmo faz-nos ilhas. Faz-nos sós na multidão.
O altruísmo exacerbado faz-nos carregar uma luz tão forte que ofusca, por completo, aquilo que somos. Faz-nos multidão.

Não é grave perdermo-nos de quando em vez. Por aqui e por ali. Espalhamo-nos pelo mundo à medida que vamos vivendo.

Mas não há melhor sabor que um braço forte que nos iça.
Não há nada que me saiba como um rosto familiar a aparecer na hora H e a impor regras que recusámos obedecer outrora. Porque fomos nós que as criámos. Sem qualquer tipo de validade, portanto.

Não há beleza como a descoberta do desconhecido que assume a missão de nos encontrar: encontrar a pessoa que se perdeu mas que não se conhece.

Por vezes sinto que atribuímos demasiado ênfase às perdas.
Até porque as pessoas são elásticos: vão e vêm.
E as coisas... as coisas são apenas isso. Coisas!


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