Ambição

Dei por mim a dar um sermão a uma funcionária da NOS. Repreendi-a quando me ligou durante o horário de trabalho quando, em boa verdade, já me tinham ligado um sem número de vezes em horário pós-laboral para o telemóvel ou para casa. Queria o mesmo de sempre: que eu mudasse de rede móvel (cá em casa somos clientes da NOS nos restantes serviços.) Há um mês atrás eu já tinha dado uma resposta negativa a um colega baseada em fundamentos que, para mim, são mais que aceitáveis. São questionáveis (aceito!) mas são meus.

Hoje disse-lhe muito calmamente que entendia que estava a desempenhar a sua função mas que deveria transmitir uma mensagem aos seus superiores: que era importante parar com o assédio aos clientes. Que aceitassem as escolhas dos seus clientes. Que não tivessem demasiada ambição.
Quando desliguei o telefone fiquei estacada alguns segundos e pensei em tudo o que disse. Bem no meu fundo ideológico, nem sequer fez sentido... Sou uma pessoa ambiciosa. Acredito que a ambição nos faz mais, maiores e melhores. Por momentos pensei que a ira tivesse levado a melhor de mim...

Mas não. Quando as ideias assentaram soube que disse, mais uma vez, aquilo em que acredito.
Não acredito em vitórias por cansaço.
Não acredito em assédio (em todas as suas formas.)
Não acredito em rasteiras, em espertezas, em fazer dos outros degrau.
Não acredito em rapinanços nem tampouco em penduras.

A ambição, sem uma boa dose de humildade, e com tudo isto só tem um caminho: mais cedo ou mais tarde haverá alguém a deixar de querer, deixar de crer, deixar de investir.
A ambição sem a boa dose de humildade, trabalho e sorte não passa de uma "campanha promocional." Efémera.
Prefiro continuar fiel aos tarifários base. Àqueles que mudam a cada década, não expiram ao fim de 6 meses e cujas regras são claras e evidentes.

(Escusado será dizer que todo este texto não se trata de um ataque às empresas de telecomunicações... Todos quantos me conhecem verdadeiramente sabem que uso muitas figuras de estilo.)

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