Per se

Dias cinzentos.
Os amantes do Outono e do Inverno sabem do que falo. Dias cinzentos.
Dias com uma mística enorme... Tão grande quanto a tristeza dos prédios e dos edifícios.
Dias nos quais é tão doloroso viver a própria vida que o melhor é vê-la passar na rua...
Não há como fugir destes dias. Potenciam o pior que se esconde dentro de nós, trazem ao pensamento tudo aquilo que não queremos pensar, funcionam como rastilho.
Dizem os especialistas que são óptimos dias para acordar depressões...

Eu digo que são dias óptimos.
São dias óptimos para aprendermos a viver com estas vozes interiores, com os medos, com os receios.
Dias para se ficar quieto e não agir! Porque há um castelo de cartas, que nos levou meses, anos a construir, mesmo debaixo dos nossos olhos. Qualquer sopro o destrói. As muralhas, as defesas vão-se.
Dias extraordinários para se aprender com todo o entulho que nos ocupa a mente, arrumá-lo, lidar com ele, reutilizá-lo e reciclá-lo se assim for possível.
Dias para reCriar!
Dias para existir, per se!

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