A vida que há em mim

Eu sei: é assustador.
A minha Vida é tão cheia, de mim e dos outros, que assusta.

Durante grande parte da minha vida desejei ser um cliché e fazer tudo como manda a cartilha. Vivi a querer passar despercebida, a ser apenas mais uma. A misturar-me. A ser medíocre quando os outros eram fracos. Porque o meu maior desejo era ser normal e eu sempre me senti tão diferente dos demais...

Hoje sei que não é esse o caminho.

Desde que assumi a minha "diferença" que vivo sossegada comigo mesma. Mas num constante desatino com os outros e com aquilo que se supõe que seja.
Logo eu... que sei tão bem quem sou, por onde não vou e com quem vou.

A Vida é, muitas vezes, injusta comigo.
Sou transparente, sincera, honesta, empreendedora e a Vida comporta-se como se me estivesse a conhecer todos os dias. Como se não soubesse quem eu sou. Como se desconhecesse as minhas prioridades. Como se me quisesse apanhar numa qualquer armadilha, "apanhar-me na curva."
Fiz sempre questão de usar legendas. De explicar quem sou. O que me identifica. Usei sempre, de todas as vezes, cláusulas rectas em contratos. Nunca me defendi por frases em rodapé, em tamanho 5. Apresentei-me. De braços abertos.
Ainda assim, há quem não me conheça. Pense que me pode ajustar às suas necessidades...

Já o disse neste espaço e reforço: hei-de sempre ter dois pesos e duas medidas. As pessoas ocupam o lugar na minha vida que eu permito que ocupem. Independentemente dos riscos associados. Hei-de sempre partir para todas as viagens com o coração no peito, a ser meu. Inteiramente meu!
Hei-de viver sempre com a certeza de que o que me identifica e separa dos demais será sempre valorizado com mais intensidade que desprezado. E isto só é possível graças à quantidade de pessoas que vivem no meu abraço.

A quantidade que me enche o tempo.
A qualidade que me enche a alma.

A Vida cheia. De mim.
Do que, com os outros, me faz SER maior!

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