hope

Com a idade que tenho, não costumo perder muito tempo a olhar para trás.
Sei que as coisas podiam ser muito, incomparavelmente, diferentes daquilo que são hoje. Bastava que aceitasse com naturalidade uma data de coisas que são socialmente aceites. Inclusive a infelicidade e tristeza profunda e permanente.

É socialmente aceite ser-se assim. Triste. Enganosamente feliz.

Não há lugar para as pessoas que olham em frente e não perdem tempo a lamentar a vida que podia ser delas, a tentar ensinar o óbvio... o respeito mútuo, a ética profissional, o compromisso e até mesmo o amor. Não há como ensinar o óbvio. 

Hoje ouvi esta música e parei.
O tempo parou. Gelei. 

Olho para trás e reparo na quantidade de vezes que caí. Na quantidade de vezes em que me fizeram acreditar que não era suficiente, que não bastava, que estava aquém. Independentemente daquilo que sei e conheço de mim hoje... muitas vezes fui insuficiente. Para mim e para os outros. Para os outros, sem pestanejar. Sem nunca equacionarem se a força que eu tive para me reerguer era mesmo força. Ou era outra qualquer coisa qualquer.

Olho para trás e vejo que a vida é mesmo um milagre.
E não sei o que me move. 
Não sei se é esperança, não sei.

Acredito que é o respeito que tenho por mim mesma e por tudo aquilo que faz parte da minha história. Ainda que seja, tantas vezes, uma "anormal".


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