Enquanto fizer sentido

Este deve ser, provavelmente, o meu grande lema de vida.
Aquele que me caracteriza: a mim e às minhas decisões.

Dedico-me às causas e às pessoas cegamente.
Dou tudo o que tenho e o que não tenho.
Enquanto faz sentido.

Por isso é tão importante, para mim, não evitar certos confrontos.
Lutar por tudo quando lutei ao longo da vida.
Defender tudo o que serve para me definir: os meus princípios.

Enquanto faz sentido, travo batalhas.
Murmuro frases repetidas, para mim mesma, na esperança de continuar a fazer esse sentido durante muito tempo.
Mas o tempo, esse, sabe que não há farsas no que diz respeito à paz interior. Àquela que nos permite suspirar de alívio, todas as noites, quando chegamos à cama. E conseguimos connosco. E com a nossa consciência.

Enquanto faz sentido, há barulho. Ruído.
Queixas. Lamentos. Questões.
Tristeza, profunda.

Mas o dia em que deixa de fazer sentido chega.
Calmo, sem sobressaltos.
Tranquilo, com os olhos naquilo que será o dia de amanhã.
Viram-se as costas às pessoas, despem-se camisolas.
Sem "irrevogáveis"...

Apenas com a certeza límpida de que passei por várias separações.
E vivi, VIVO, para as contar!