Noite dormida

Hoje dormi 10 horas ininterruptamente.
Sem infusões, sem pastilhas. Sem despertador.
De volta à adolescência, quando tudo estava errado, recordo uma consulta médica em que o profissional me responde "não há nada de mal em dormir muito. É sinal de que o corpo precisa." À medida que a idade avança, começamos a perceber, realmente, a diferença entre o urgente e o importante. Parar, descansar, sossegar costuma ser importante. Excepto quando é urgente.

Depois vi no Facebook de uma amiga a mensagem que partilho aqui convosco.

Para mim é fácil perceber que toda a vida agitada, cheia de planos e compromissos, exige sossego. Concentração e triagem. Dedicar-mo-nos, cada vez mais, às pessoas e causas que mais precisam de nós. Nas quais fazemos a diferença. Estar onde, efectivamente, somos precisos. Com quem quer estar connosco.

Isto tem um preço. Alto, muito alto.
Não fazer fretes.
Negar convites, explicar o óbvio.
Ser acusado de viver em solidão.
Ser acusado de egoísmo.

Estar disposto a fazer, sempre, o que se quer fazer. O que, no âmago, se tem que fazer.
Preparar-se para a mudança sempre que ela se aproxima, quando urge.

Saber exactamente o que se quer da vida. Hoje da mesma forma que amanhã.

Isto só se alcança em total liberdade.
Em total responsabilidade de que há muita coisa que fica pelo caminho.

Mas nós não podemos ficar.
Nós é que não podemos ficar.



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