Seguro

"O seguro morreu de velho"
Agarramo-nos a esta velha máxima fiados de que a resposta para todos os nossos problemas está naquilo que é mais seguro, mais constante, permanente, estável.
Olhamos para as pessoas de sempre com a tranquilidade de que nada poderá dar errado.

Contudo, vivemos vidas vazias cheias de gente para as quais somos verdadeiros estranhos!
Tantos anos, tanta vida, tanta partilha, para sermos completos estranhos...
Rodeamo-nos de gente que não nos conhece no nosso verdadeiro âmago.
Até mesmo na família...
Por ser mais seguro!

Afastamo-nos de pessoas reais, que representam um enorme risco.
Daquelas que nos conhecem décadas antes de nascermos para elas.
Pessoas com quem falamos através de silêncios!
Para as quais no silêncio também acontece música.

Quanto mais avanço na idade mais percebo o quão importante é valorizar as pessoas pelo que elas são na sua verdadeira essência. Sem história, sem etiquetas, sem pedigree.
Mais me apercebo que temos sempre que nos rodear de quem nos conhece nas piores fases da vida (nas quedas) e na euforia. E, ainda assim, ficam!
O verdadeiro carácter das pessoas avalia-se exactamente nestes momentos. No partido que tentam tirar da desgraça dos outros ou pelo simples acto de passar e assobiar para o ar.

Tinha muitas saudades de apertar mãos gretadas.
Das histórias que trazem que podiam ser de qualquer um de nós.
Da luz que só eles conhecem e que, rapidamente, querem dar a conhecer.
Contam.
Partilham.

Caramba, sendo a agricultura uma actividade de alto risco...
... como quereria eu jogar pelo seguro?!...

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